Resumo – Movimento Oblíquo

1. INTRODUÇÃO

Galileu Galilei estudou o movimento oblíquo e foi o primeiro cientista a oferecer uma explicação correta para esse movimento, que parece complexo. Quando um jogador cobra uma falta, a bola sobe diagonalmente, atinge o ponto mais alto e depois desce até cair no gol.

Esse movimento segue uma trajetória parabólica. Galileu descobriu que esse movimento podia ser dividido em dois movimentos mais simples e conhecidos.

  • Horizontal (eixo x): desprezando a resistência do ar, o movimento é uniforme, ou seja, a velocidade nesse eixo (vx) é constante durante a trajetória.
  • Vertical (eixo y): devido a presença da aceleração da gravidade, esse movimento é acelerado. A bola sobe com uma velocidade inicial (v0y) até atingir a velocidade nula no ponto mais alto da trajetória. Depois disso, a velocidade aumenta novamente.

A ilustração abaixo mostra o movimento de uma bola de futebol. Repare que a bola vai para a frente e as distâncias percorridas na horizontal são iguais (a velocidade vx é constante).

Na vertical, o movimento de subida é retardado, ou seja, a velocidade vY diminui até se anular no ponto mais alto da trajetória. A distâncias percorridas em cada instante são diferentes.

Galileu foi o primeiro cientista a compreender como o movimento oblíquo era realizado, pois a princípio, esse movimento parece complexo devido a sua trajetória parabólica.

2. A VELOCIDADE

Para estudar o movimento oblíquo é necessário decompor a velocidade vetorial \(\vec v\), no eixo x e y, de acordo com o exemplo abaixo.

\({v_x} = v.cos\theta \)

\({v_{0y}} = v.sen\theta \)

Em qualquer ponto da trajetória, a velocidade \(\vec v\) é dada pelo somatório vetorial entre \(\overrightarrow {{v_x}} \) e \(\overrightarrow {{v_y}} \).

\(\vec v = \overrightarrow {{v_x}} + \overrightarrow {{v_y}} \)

O módulo da velocidade resultante é

\({v^2} = v_x^2 + v_y^2\)

3. OS EIXOS X E Y

Os movimentos nos eixos x e y são independentes entre si. A única grandeza que os conecta é o tempo.

Portanto para cada eixo, temos:

 

Eixo x

Eixo y

Velocidade

vx

vy

Distância

alcance (A)

altura (H)

Aceleração

gravidade (g)

não existe

Tempo

t

t

3.1 Eixo x

Desprezamos a resistência do ar e, portanto, não há nenhuma força atuando sobre o corpo neste eixo. O movimento é uniforme (a velocidade vx permanece constante durante a trajetória).

\(v=\frac{\Delta s}{\Delta t}\)

Assim, temos:

\( \Delta s = A \)

\( \Delta t = \Delta t_{TOTAL}\)

Podemos reescrever a fórmula da velocidade média:

\(v=\frac{\Delta s}{\Delta t}\)

\(v_{x}=\frac{\Delta s}{\Delta t_{TOTAL}}\)

\(A = v_{x}\Delta t_{TOTAL}\)

3.2 Eixo y

No eixo vertical (y), o movimento é regido pela ação da gravidade. Na subida, a velocidade vy nesse eixo aponta para cima e é reduzida pela gravidade, que atua para baixo. Na descida, a velocidade aponta para baixo e seu módulo aumenta.

As equações do MUV que já aprendemos são usadas para estudar o movimento neste eixo.

\(v = {v_0} + at\)

\(s = {s_0} + {v_0}t + \frac{{a{t^2}}}{2}\)

O sinal da aceleração da gravidade (g) é determinado usando o seguinte truque: observe para onde ocorre o movimento inicial do corpo (para cima, neste movimento). Portanto, como a aceleração da gravidade aponta para baixo (contrário ao sentido inicial do movimento, o sinal da aceleração é negativo.

Assim, temos:

\(a = – g\)

Reescrevendo as fórmulas o MUV:

\({v_y} = {v_{oy}} – gt\)

\(h = {v_{0y}}t – \frac{{g{t^2}}}{2}\)

3.3 A altura máxima

Esse ponto é muito importante na resolução de problemas e no estudo do movimento oblíquo. Neste ponto, a velocidade vy é nula (corpo para de subir para poder descer).

3.4 A equação da trajetória

A trajetória no movimento oblíquo é uma parábola. É possível combinar as equações dos eixos x e y e obter a equação abaixo (sem o tempo). Esta é uma equação do segundo grau:

\(y = \frac{{{v_{oy}}}}{{{v_x}}}x – \frac{g}{{2v_x^2}}{x^2}\)

\(y = ax – b{x^2}\)

Onde:

\(a = \frac{{{v_{oy}}}}{{{v_x}}}\)

\(b = \frac{g}{{2v_x^2}}\)

3.5 O alcance horizontal

É possível demostrar que o alcance pode ser calculado pela expressão abaixo:

\(A = \frac{{v_0^2sen\;2\theta }}{{2g}}\)

Repare que o alcance depende do ângulo de lançamento θ.

Sabemos que o seno de um ângulo varia em módulo de 0 até 1. Portanto, o valor máximo de sen 2θ é 1.

sen 2θ = 1 🡪 θ = 45º

Ou seja, para que o alcance seja o maior possível, o ângulo de lançamento deve ser de 45º.

A figura acima mostra o alcance para a mesma velocidade de lançamento. Repare que para os ângulos complementares possuem o mesmo alcance (30º e 60º; 15º e 75º).

4. O LANÇAMENTO HORIZONTAL

O lançamento horizontal é uma parte do movimento oblíquo, ou seja, o corpo já começa o movimento no ponto mais alto da trajetória e executa apenas o movimento de descida.

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O sinal da aceleração da gravidade (g) é determinado usando o truque aprendido no movimento oblíquo. O movimento é apenas para baixo. Portanto, como a aceleração da gravidade aponta para baixo (mesmo sentido inicial do movimento, o sinal da aceleração é positivo.)