1. CALOR SENSÍVEL
Um corpo pode receber ou cede calor para o ambiente. Quando ele recebe calor, ocorre o aumento da sua temperatura. Quando cede calor, a sua temperatura diminui. Mas quais são os fatores que influenciam nesta quantidade de energia?
- Massa (m): quanto maior a massa a ser esquentada, maior será a quantidade de energia a ser fornecida. Por exemplo, aquecer um bife leva mais tempo (e menos energia) do que esquentar um pedaço inteiro da mesma carne.
- Material (c – calor específico): as substâncias se aquecem ou resfriam em tempos diferentes. Isso ocorre pela capacidade que cada substância possui de esfriar ou esquentar. O calor específico de um corpo é a grandeza física responsável por medir essa característica.
Substâncias que levam mais tempo para esquentar ou esfriar possuem maior calor específico. O calor específico da água é 1 cal/gC. Comparando com outras substâncias, esse valor é alto, ou seja, a água leva mais tempo para resfriar ou esquentar do que a maioria das substâncias.
A tabela abaixo mostra o calor específico de algumas substâncias.
SUBSTÂNCIAS | c (em cal/gºC) |
Chumbo (sól.) | 0,031 |
Platina (sol.) | 0,032 |
Mercúrio (líq.) | 0,033 |
Estanho (sol.) | 0,055 |
Prata (sól.) | 0,056 |
Cobre (sól.) | 0,094 |
Ferro (sól.) | 0,11 |
Éter (líq.) | 0,56 |
Álcool (líq.) | 0,58 |
Água (líq.) | 1,00 |
- Variação da temperatura (ΔT): quanto maior a variação da temperatura do corpo, maior a quantidade de energia necessária para realizar o procedimento.
As três dependências acima podem ser resumidas na expressão abaixo:
Q = mcΔT
- Q – quantidade de energia em calorias (cal) ou joules (J).
- m – massa em gramas ou quilogramas.
- c – calor específico em cal/gC ou J/gC
Uma caloria equivale a 4,18 J.
A energia que um corpo recebe ou perde provocando uma variação de temperatura no corpo é chamada de calor sensível.
2. CAPACIDADE TÉRMICA (C)
A capacidade térmica é o produto da massa e do calor específico da substância que constitui o corpo.
C = mc
Substituindo na fórmula da calorimetria, temos:
Q = CΔT
A unidade é cal/C. Essa constante é conhecida como a capacidade térmica (C), que é a quantidade de calor que um corpo precisa receber ou ceder para que sua temperatura varie de um grau.
3. CALOR LATENTE
Quando um corpo muda de fase, a sua temperatura não se altera enquanto o processo não se realizar por completo. A expressão do calor sensível não serve para determinar a quantidade de energia necessária para um corpo mudar de fase. Para isso, utiliza-se a expressão do calor latente (L).
Q = mL
Unidade do calor latente: cal / g
É importante notar que para que o processo inverso ocorra, ou seja, a água líquida se transforme em gelo, é necessário que a água perca energia para o ambiente. Essa energia é a mesma que fornecemos para derreter o gelo.
Resumindo:
- Para derreter um grama de gelo: fornecemos 80 calorias de energia.
- Para solidificar um grama de água: retiramos 80 calorias de energia.
Exemplos (para a água):
- calor latente de fusão: LF = 80 cal/g
- calor latente de solidificação: LS = – 80 cal/g
- calor latente de vaporização: LV = 540 cal/g
- calor latente de condensação: LF = – 540 cal/g
4. AS MUDANÇAS DE FASE
A ilustração abaixo resume as mudanças de fase.
- Vaporização: um processo lento onde as moléculas com maior energia cinética na superfície de líquido conseguem escapar e se tornam parte de um gás. Isso ocorre quando deixamos a roupa secar em um varal.
As moléculas de um líquido estão em constante movimento e quando as moléculas mais rápidas se chocam com as moléculas mais lentas na superfície do líquido, essas adquirem energia o suficiente para escapar.
Como as moléculas que permaneceram no líquido perderam energia após o choque, o líquido como um todo se resfria durante a evaporação.
- Condensação: a substância passa do estado gasoso para o estado líquido ao retirarmos energia das moléculas do vapor. Isso ocorre quando colocamos água gelada em um copo.
Aguardando alguns segundos, o copo começa a “suar”. O vapor d´ água no ar em volta do corpo perde calor para o copo (que está em uma temperatura mais baixa).
- Sublimação: é a passagem do estado sólido para o gasoso (ou vice-versa) sem a transformação para o estado líquido. O gelo seco é um exemplo da sublimação.
5. CURVAS DE AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO
As curvas de aquecimento e resfriamento permitem relacionar a quantidade de calor recebida ou cedida pelo corpo com a mudança da sua temperatura.
Isso permite calcular o calor especifico e latente de um corpo, além das suas temperaturas de mudança de fase.
O exemplo acima mostra a curva de aquecimento para uma amostra de água. A água que se encontra-se no estado sólido (gelo) é aquecido até virar vapor.